Os toltecas falam sobre tonal e nagual como uma dualidade, mas não é o que geralmente entendemos por dualidade.
Dom Juan falava sobre o tonal como uma ilha. E dentro dessa ilha está não só tudo o que conhecemos e pensamos, mas também tudo que podemos vir a conhecer e pensar.
O tonal é a parte em nós empenhada em delimitar, fazer sentido das coisas, e trazer ordem ao reino da percepção.
Considere isso: quando falamos habitualmente sobre dualidade, falamos sobre bem e mal, dentro e fora, corpo e alma, mente e matéria, dor e prazer, e assim em diante, como sendo polaridades fundamentais.
Mas na perspectiva tolteca, ao fazermos isso, estamos apenas pegando dois itens do nosso tonal e os contrapondo um ao outro.
Ao criar divisões dentro de si mesmo e povoar a percepção com as suas criações, o tonal absorve tão totalmente a nossa atenção que acaba por ofuscar por toda uma vida a outra metade da nossa totalidade.
Os novos videntes dizem que de guardião o nosso tonal acaba se transformando em uma espécie de guarda tirânico que nunca solta o controle. E essa ilha acaba se transformando em uma prisão, a prisão da nossa visão de mundo, na qual entramos ao nascer, e da qual, em circunstâncias comuns, só saímos mesmo quando morremos.
Porém, não era pra ser assim. O nosso tonal pode se tornar a chave através da qual abrimos as portas para a totalidade do nosso ser em vida. Visando essa meta os toltecas desenvolveram uma série de práticas às quais chamaram de “caminho do guerreiro”.
— Célula Nagual
A Célula Nagual é uma escola online de Nagualismo, mantida por praticantes de uma linhagem moderna.
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