“Morrer várias vezes em vida é uma metáfora que os xamãs usam para ilustrar o processo de mudança que todo guerreiro tem de fazer para seguir no caminho do conhecimento.

Cada ciclo que se rompe, cada etapa transposta, cada época que fica, cada mudança monumental e transcendental de conduta, hábitos, valores, comportamentos e visão de realidade é uma morte pessoal. É como se você nascesse de novo, como se tivesse mais uma chance , agora com mais visão de jogo. Podemos dizer que é uma nova vida.
Você abandona as suas velhas convicções, comportamentos nocivos e inadequados, pessoas que te atrasam e parte para o novo. Sem garantias de nada.

As vezes morremos conscientemente, intencionando uma mudança, e outras vezes, quando estamos muito cegos e burros, a vida se encarrega de encerrar alguns ciclos pra nós, muitas vezes de forma dolorosa, mas necessária.
Recapitulando e desapegando, você deixa toda a tralha que acumulou pra trás e sai andando, rumo ao sol. Economizando e redirecionando sua energia. Sendo mais impecável, dia após dia. Livre, desimpedido, sem expectativas, sem anseios de sucesso, sem medo do fracasso, sem cultuar o “eu”, e com uma segurança profunda e inabalável que está no seu caminho com coração. Com vontade, dessa vez. Mais vontade. Mais fome.

Somente quando perdemos tudo, ficamos corajosos, pois não temos nada a defender. Quando perdemos tudo, já estamos mortos. Se sabemos que todos vamos morrer um dia, o que mais há para se temer?

O pior já aconteceu. Tomamos consciência de nossa transitoriedade e efemeridade aqui, e sentimos que não temos tempo a perder. Mas não se engane. Podemos morrer metaforicamente várias vezes na vida, mas uma hora morreremos de fato. Então, não ache que vai poder mudar mil vezes na vida, até ser o que sempre quis ser.
Não temos tempo. Tudo pode acabar num piscar de olhos.

A vida é um breve sopro no ar. Mude logo tudo que tem de mudar. Faça o serviço rápido e limpo. Deixe a autopiedade e a procrastinação de lado e faça sua vontade fazer a balança pender. Podemos cortar qualquer coisa de nossas vidas num estalar de dedos, nós é que não nos damos conta disso e complicamos tudo. Deixe de ser uma folha a mercê do vento e tome decisões. Planeje. Aja. Caminhe, sem olhar pra trás.

Morra.

Sem pena de si mesmo. Implacável. Mas faça isso já. E renasça em vida para uma existência cheia até a borda, pautada pela sobriedade, pela intenção e pelo poder pessoal.

Para um guerreiro, só o agora é real.”

(Juan Tuma)

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