“A espreita é retratada como um olho que observa o Eu.
Um olho que está posicionado atrás de si e fixa de fora o que se faz dentro.
Um olho que testemunha aquilo que age, aquilo que observa a ação em si própria agindo
A espreita compacta o testemunho como uma observadora da ação que está de fora somente a percebendo, somente percebendo a ação em si.
A espreita não interfere diretamente, não se identifica com a ação que está testemunhando.
Assim, a representação do olho da espreita consiste na percepção de que a espreita que vem de trás do ombro direito. Nessa posição-ponte a percepção vem de fora para dentro. E fixa o ponto de encaixe no instante em que a percepção está ou é.
A espreita por si só é aquilo que percebe ou testemunha o Eu.
Além disso, a espreita é para aperfeiçoar atos de poder e a conexão com o Espírito, não para fixar mais a forma.
Podemos dizer que a espreita é o vigiar ou o temor de deus que se respalda na Bíblia.
O temor de Deus é usado no sentido de temer a consciência que testemunha as ações do Eu.
Quando o Eu age dormindo perante o olho que testemunha perde de vista a consciência de si. Perde a espreita e um medo inexplicável aparece, medo de perder o agir consciente de si próprio. Há que se temer Deus no que diz respeito temer não estar percebendo o seu testemunho, ou em outras palavras, temer a falta de controle da fixação de posicionamentos do ponto de encaixe. Pois sem essa habilidade de controle não há entrega na percepção total do que ocorre.
Quando a atenção fica nas bordas do casulo luminoso e não se tem a percepção da espreita, se traduz como se a atenção fosse transferida de trás do ombro direito para uma posição acima da cabeça, na periferia do casulo ou em suas bordas. Isso se parece como perder o sentido de centralidade na percepção, algo como divagar e perder de vista fios da meada.
A posição da espreita não é unicamente atrás do ombro direito. É apenas uma posição-ponte onde colocar a atenção para acessar o espreitador mais facilmente. Assim como o lado esquerdo do ombro ou do corpo funciona como posição-ponte para perceber a atenção sonhadora.
Cabe acrescentar também que o corpo de energia apreende campos de percepção alongados e pode se perceber todo o entorno como um só campo, o campo unificado.”
– La Loba