“A recapitulação firme, constante e consciente leva o guerreiro inevitavelmente ao vazio interior.
Contudo ser vazio não é sentir falta de algo ou não ter sentimentos.
Muito pelo contrário
O vazio do guerreiro reflete o vazio do Infinito.
É a ausência da história pessoal e de todo o peso que ela traz consigo, que a recapitulação se encarregou de dissipar no ar.
É o controle do ego e a morte da autopiedade, ambos desmascarados depois que você recapitula suas ações e percebe suas inconsistências, seus condicionamentos e repetições comportamentais, e não se identifica mais com a pessoa que você foi e com as máscaras que usou inconscientemente.
É a serenidade, a disciplina e a sobriedade perante os desafios, que chegam juntos com o vazio, e tornam o guerreiro mais eficiente e implacável, sem expectativas ou remorsos, pois as feridas já foram fechadas.
A agradável solidão de quem sabe que nunca está sozinho, pois está sempre em casa, neste lindo e perigoso planetinha, curtindo a vida e rumando à totalidade de si mesmo.
É a presença no agora e o silêncio interior, resultantes da energia cada vez mais purificada pela impecabilidade no seu viver.
O espaço que, por estar sempre vazio, está sempre pronto a receber novas experiências, sentimentos e percepções. E receber com intensidade, para depois se esvaziar de novo e receber de novo, num ciclo interminável de frescor e completude.
A partir da sua recapitulação e sua impecabilidade o guerreiro olha no espelho e não se sente cansado, pois está inundado de vitalidade, recuperando sua energia que havia perdido por aí.
Descansa dormindo e sonha acordado.
A partir do seu vazio, ele está quase sempre com a cabeça nas nuvens e os pés no chão.
Sabe onde pisa, porém sempre olha para o alto.
E mira o infinito.”
– Juan Tuma
É muito difícil para mim entender o que é de fato a recapitulação. Existe uma forma mais simples de entender como fazê-la?