“Soneto 7
Nagualismo? Não importa o que isso seja!
Minha religião é o universo…
Fluxo turbilhonante aonde adeja
A força clara e rútila do verso.
Chego a pensar que seja um pluriverso
Que ruge e ri, se harmoniza e troveja.
Está em si e além, é o verso e o inverso,
E então renasce, quando se deseja
Com desejo profundo e bem sincero.
Seu nome é Eros, mas tem qualquer nome
Porque é uma fera; urge, sente fome
E arde em fogo que nunca se consome.
É Ouroboros, e, com todo o esmero,
Ele me gera e (ao mesmo tempo) o gero.”
(In Sonetos, Luis Carlos de Morais Junior)