Deparei-me com um belo amarelado arroz de açafrão, com cenoura e ervilha. Também havia panqueca de carne e polenta bem frita! O toque da comida caseira se fazia presente em cada detalhe daquela refeição.
Apesar de não fazer mais isso hoje em dia, resolvi pegar uma garfada daquele belo arroz e levantei em direção à luz, dizendo as palavras: “There’s no spoon, Neo!”.
Seguidamente observei-me a colocar a garfada na boca…
Imediatamente o próprio “Tonal Corpo” acostumado com “sua função” tomou conta do necessário para a materialização daquela conhecida sensação de gosto…
Foi criando a saliva… O cheiro da comida foi sendo percebido pelo olfato… A textura do alimento amolecendo na boca… São muitos impulsos de percepção emitidos simultaneamente pela posição do ponto de aglutinação como “sensação corporal” que acabamos por ficar “confusos” e não percebemos este processo. Estamos muito familiarizados e presos a uma identificação com sua descrição final, neste caso, “o sabor que tem os alimentos”.
A Matrix acaba parecendo real se não for incessantemente contestada com uma visão que busque ir além dela.
Quanto maior a inconsciência sobre este processo, mais a Matrix é aceita como real, pois maior é a identificação com sua resultante final, tomando-a como aparentemente a única possibilidade humana.
A importância pessoal é o agente que alimenta a identificação e consequente fixação na Matrix.
Leva tempo para ver, e mais ainda para aceitar, que não somos quem a sociedade nos ensinou a acreditar que éramos.
Nunca fomos.
Liberdade!
Intento!
— Michael Nazareth