Espreitar, antes de tudo, é estar consciente do inventário do comportamento humano.
É dirigir suas ações com base no conhecimento que você tem desse comportamento previsível, padronizado e repetitivo que o homem comum tem.
Um espreitador é um profundo conhecedor da natureza do comportamento humano, e quando age, ele já sabe como sua presa vai reagir, pois já estudou seu comportamento, hábitos, opiniões e rotinas. Está sempre um passo a frente, em qualquer interação que ele se proponha a participar. E para isso, ele próprio tem que estar livre dos condicionamentos instintivos e, principalmente, dos condicionamentos sociais e culturais que a Matrix nos impõe. São esses condicionamentos que formam os padrões comportamentais e nos distraem, nublando nosso “ver” e nossa percepção.
O guerreiro deve ser livre e fluido para espreitar sua realidade. É necessário que ele já tenha espreitado a si mesmo, controlado sua autoimportância e seja vazio, a fim de que não leve nada para o lado pessoal e siga fria, estratégica e implacavelmente seu plano naquela situação/interação.
Um guerreiro caçador age em cima dos condicionamentos das pessoas, pq elas, de uma forma geral, são previsíveis, rotineiras, sem sobriedade e muitas vezes instáveis…ou seja, presas fáceis cheias de padrões. Para um bom espreitador, prever o comportamento das pessoas e jogar com suas fraquezas, instintos, hábitos, anseios, expectativas, necessidades, traumas, curiosidade e pontos sensíveis, ou com sua autoimportância/ego e sua autopiedade, é relativamente fácil, e uma via de poder para ele alcançar seus objetivos e vencer seus desafios.
Sua válvula de segurança para continuar agindo de forma impecável mesmo com todo esse poder e conhecimento é que um guerreiro Tolteca prima por um profundo senso de integridade e beleza, e tem seu propósito totalmente alinhado com o intento do infinito.
– Juan Tuma
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