“Ele explicou que os brujos haviam desmascarado a auto-importância e descobriram que ela é a autopiedade disfarçada de outra coisa!
Ele continuou sua explicação, dizendo que os brujos estão absolutamente convencidos de que, afastando nossos pontos de encaixe da posição habitual, alcançamos um estado de ser que só poderia ser chamado de implacabilidade. Os brujos sabiam, por meio de suas ações práticas, que assim que seus pontos de aglutinação se movem, sua auto-importância desmorona. Sem a posição habitual de seus pontos de encaixe, sua auto-imagem não pode mais ser mantida. E sem o foco pesado nessa auto-imagem, eles perdem sua auto-compaixão e, com ela, sua auto-importância. Os brujos têm razão, portanto, ao dizer que a auto-importância é meramente a autopiedade disfarçada.”
(O Poder do Silêncio, Carlos Castañeda)