Até onde você está disposto a assumir a responsabilidade pelo mundo que percebe?
Assumir responsabilidade também é assumir poder.
Normalmente estamos dispostos a assumir responsabilidade no máximo pelos nossos atos e decisões pessoais.
Consideramos que o mundo ao nosso redor é do jeito que é
independente de nós.
Mas nós somos pontos de encaixe.
E o ponto de encaixe é o responsável pela percepção que tem do mundo.
Ele é responsável pela experiência que tem do mundo.
…
Você estaria disposto/disposta a assumir a responsabilidade pela totalidade da sua percepção? Ou apenas pelos seus atos pessoais? Ou nem por eles?
A resposta dessa pergunta determina se vamos assumir o poder de ser um ponto de encaixe,
o de ser uma pessoa, ou poder algum.
Se assumimos o nosso poder…
percebemos que a maneira como interpretamos a nós mesmos e ao mundo ao nosso redor…
e, consequentemente, a maneira como nos sentimos a respeito de nós mesmos e do mundo ao nosso redor…
é um resultado direto das convicções que temos a nosso respeito, e a respeito do mundo.
E elas, são resultados de darmos muita atenção a uma certa perspectiva.
Quanto mais atenção damos a uma perspectiva, mais ela se fortalece, mais real parece ser pra nós,
mais a experienciamos, e mais evidências acumulamos dela.
E TUDO isso começa com uma intenção.
A intenção e a atenção criam a experiência.
Elas fortalecem uma interpretação.
Determinam uma posição de ponto de encaixe,
e a maneira como nos sentimos.
E a maneira como nos sentimos a respeito do mundo
também influencia diretamente a maneira como o mundo se sente a nosso respeito.
Quando alguém está convencido de que todas as pessoas são egoístas,
as pessoas vão sentir isso transparecendo nesse alguém.
No seu semblante de desconfiança ou julgamento… no tom de voz, nas palavras, na indisposição em compartilhar…
Na maneira como esse alguém vai interpretar os atos delas à luz do egoísmo.
Elas vão tender a se sentir egoístas perto desse alguém, ou então, sentir que esse alguém é egoísta.
E isso vai influenciar a maneira como se comportam com ele ou ela…
caso essas pessoas também se esqueçam que tem / são pontos de encaixe,
e não estejam assumindo a responsabilidade por essa experiência.
Está percebendo a responsabilidade que cada um tem, pela experiência que tem?
Talvez assumir a responsabilidade pareça um peso.
Queremos poder responsabilizar os outros pela experiência que temos deles.
Mas sabemos que é a posição do nosso ponto de encaixe quem determina a nossa experiência.
E não são os outros quem estão determinando a posição do nosso ponto de encaixe.
No máximo podem sugerir uma dinâmica, uma maneira de nos enxergar, de enxergar a relação,
mas ainda somos nós quem escolhemos engatar com essa intenção, e internalizar essa intenção, ou não.
Projetar nossa responsabilidade é também perder, na prática, nosso poder.
É se esquecer de que temos e somos um ponto de encaixe.
Assumir a responsabilidade pela nossa experiência pode ser doloroso de início.
Mas o outro lado disso é voltarmos a estar conscientes do nosso poder.
De que houve um ato de intenção nosso que criou essa experiência, e um ato de intenção nosso pode alinhar uma nova experiência.
É constatar a liberdade da nossa percepção.
E o limite do poder, e da liberdade de percepção, depende de até onde estamos dispostos a assumir a responsabilidade pela totalidade da nossa experiência.
Como disse dom Juan:
“A vantagem dos videntes é saber que o mundo é uma descrição”.
“Ninguém faz nada a ninguém, muito menos a um guerreiro.”
“Tudo o que pensamos e dizemos, depende da posição do ponto de encaixe.”
“A chave está naquilo que damos atenção”.
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— Luno Maroscuro
Olá, qual seria a sequência mais didática para compreender a obra de Carlos Castañeda (para um iniciante)?
Olá Arual,
você pode seguir a ordem de publicação dos livros, ou então começar pelo Viagem a Ixtlan (terceiro livro), que é o livro mais prático e abordável pra quem está iniciando. Alguns dos livros não são totalmente compreensíveis na primeira leitura, por isso leia pra obter as informações e colocar em prática o que tiver assimilado. A compreensão do restante virá com a prática. Boa sorte na jornada