“(Inquilino:) Comece o seu sonhar deitando sobre o lado direito, com os joelhos um pouco dobrados. A disciplina é manter essa posição e cair no sono estando nela. No sonhar, então, o exercício é sonhar que está deitado exatamente na mesma posição e cair no sono de novo.
– O que isso faz? – perguntei.
– Faz o ponto de aglutinação ficar fixo, e estou querendo dizer realmente fixo, em qualquer posicionamento em que ele estiver no instante em que você cair no sono pela segunda vez.
– Quais são os resultados desse exercício?
– A percepção total.
[…]
Ela me ignorou e prosseguiu, dizendo que as quatro variações do exercício eram: cair no sono deitado sobre o lado direito, sobre o esquerdo, as costas e o estômago. E, no sonhar, o exercício era sonhar que estava caindo no sono uma segunda vez na mesma posição em que o sonhar começara. Prometeu resultados extraordinários que, segundo ela, não se poderia prever.
Tudo que precisamos fazer, para ver nos sonhos, é apontar o dedo mindinho para o item que desejamos ver.”
(A Arte do Sonhar, Carlos Castañeda)